Pesquisar neste blogue

28 de janeiro de 2010

Política Nacional # 003




AS VOLTAS (E REVOLTAS) DO ORÇAMENTO!







Após uma interminável encenação sobre os (de) méritos do OGE apresentado pelo PS, os partidos da sempre patriótica direita portuguesa, num supremo sacrifício em prol da estabilização política e numa derradeira demonstração do seu conhecido pendor para o diálogo e para a concertação, decidiram… abster-se! Como se jamais tal coisa lhes tivesse sequer passado pela cabeça...

E deste modo, num gesto de supremo altruísmo, abnegação e elevada consciência nacional, abdicaram dos seus mais nobres princípios e permitiram que o Orçamento “passasse”, o Governo governasse e o País retomasse o rumo. 

É assim a direita portuguesa, sempre a pensar no bem comum e sempre aberta ao diálogo e à cooperação! Como, aliás, se tem constatado de há anos a esta parte e em especial nos tempos mais recentes, com campanhas eleitorais de elevadíssimo nível e sem recurso a qualquer golpe sujo.   

A verdade porém é que, se necessário fosse, a direita votaria até a favor. 

Porque votar contra implicaria - face às posições assumidas pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda - o imediato “chumbo” do OGE e a consequente impossibilidade do governo “garantir os serviços mínimos”, a sua inerente demissão, a dissolução da Assembleia e a convocação de novas eleições no prazo estipulado por lei. 

Eleições que o PSD e o PP perderiam de novo, inevitavelmente, possibilitando nova vitória do PS a curto prazo (com ou sem maioria absoluta), formação de nova Assembleia e nomeação de novo executivo.

A perspectiva, portanto, de uma situação não muito distinta da actual.

A menos que sua excelência o Sr. Presidente da República tirasse algum coelho da cartola e optasse por mais alguma das suas destemperadas intervenções.

Dito de outro modo: a mais que provável derrota eleitoral é com efeito, a razão de fundo (e a única razão, afinal…) desta súbita e estranha propensão da direita para o consenso e para a cooperação. 

Se, por exemplo, as sondagens revelassem uma inversão da tendência de voto susceptível de provocar a derrota do PS, há muito que a direita tinha mandado os interesses do País e do povo português às urtigas. 

E, à primeira oportunidade - com a inevitável bênção de Cavaco Silva - o governo cairia com estrondo.

Chama-se a isto, senhores do PSD e do PP, uma mentira descarada embrulhada num desavergonhado cinismo ! 

Tudo o resto é treta e mero jogo de cintura.


          

25 de janeiro de 2010

Música # 010


"STAND BY ME!" - Original de Ben E. King

Um amigo mexicano enviou-me há dias o "link" para este Videoclip, ao qual, a princípio, não atribuí grande importância.

Até me deixar - à medida que o ia ouvindo e vendo - seduzir completamente pela sua mensagem e envolver pelo seu incrível conteúdo!

Aí constatei mais uma vez o imparável poder da música como fenómeno agregador de povos, civilizações e culturas.

Um peça excepcional de música urbana, proporcionada por uma maravilha da engenharia de som, que bem poderia funcionar - digo eu - como hino de esperança e incentivo ao Haiti, no momento mais terrível da história deste País!

Façam o "sacrifício" de ver até ao fim.
Depois... rendam-se à força da simplicidade!

Obrigado, Aníbal!

Abraço fraterno


Stand By Me | Playing For Change | Song Around The World from Concord Music Group on Vimeo


When the night has come
And the land is dark
And the moon is the only light we'll see
No I won't be afraid, no I won't be afraid
Just as long as you stand, stand by me

And darlin', darlin', stand by me, oh now now stand by me
Stand by me, stand by me

If the sky that we look upon
Should tumble and fall
And the mountains should crumble to the sea
I won't cry, I won't cry, no I won't shed a tear
Just as long as you stand, stand by me

And darlin', darlin', stand by me, oh stand by me
Stand by me, stand by me, stand by me-e, yeah

Whenever you're in trouble won't you stand by me, oh now now stand by me
Oh stand by me, stand by me, stand by me

Darlin', darlin', stand by me-e, stand by me
Oh stand by me, stand by me, stand by me



5 de janeiro de 2010

Opinião # 001


A possibilidade de editar um blogue representa um gigantesco salto, impossível sequer de imaginar até há bem poucos anos, no que respeita à democratização do direito à opinião, à divulgação das ideias e à aposta na criatividade pessoal

Colocar virtualmente ao alcance de milhões de pessoas e em qualquer parte do mundo o pensamento, as ideias, as opiniões e as palavras de um qualquer humilde e anónimo cidadão, praticamente de forma imediata e quase inteiramente gratuita, seria algo de inimaginável há uma década atrás, mesmo para o maior dos visionários. 

Hoje, para o bem e para o mal, essa possibilidade deixou o domínio do virtual para se tornar uma inquestionável realidade; os blogues, sobre os mais impensáveis e inacreditáveis temas, multiplicaram-se em proporção geométrica e proliferam a um ritmo incontrolável, influenciando a opinião pública, questionando todo e qualquer tema, discutindo tudo e todos, às vezes mesmo destruindo tudo e todos! 

É a democratização quase absoluta da liberdade de pensamento, com consequências ainda não verdadeiramente avaliadas.

E é, digamos assim, como que uma espécie de quinto poder!

A tecnologia também tem sido pródiga para a blogosfera disponibilizando,  cada vez mais, recursos técnicos apreciáveis a custos reduzidos, facilmente manipuláveis mesmo por quem não possui qualquer formação relevante nesta matéria.   

Mas, como acontece com quase tudo o que dispomos em quantidades ilimitadas, tendemos a não saber utilizar os blogues ou a utilizá-los no pior sentido. 

A qualidade média de muitos deles é confrangedora, as ideias e os temas tratados deploráveis, e o recurso ao lugar-comum, à banalidade ou ao insulto, uma realidade inquestionável.

E aquilo que poderia constituir um tesouro de incalculável valor para a divulgação do pensamento e do saber, não passa muitas vezes de um feudo de vaidades, arrogância e mau gosto, onde cada um se entretém, através da humilhação e da grosseria, a diminuir ou a trucidar os outros. 

Com o CONT(R)A-CORRENTE, confesso que alimentei algumas esperanças de ter criado um espaço aberto à intervenção, à crítica e ao debate, diversificado e multifacetado, de modo a evitar o bocejo e a monotonia, e a envolver as pessoas, sobretudo as que me são mais próximas.

Talvez inocentemente, divulguei inicialmente o “link” através de Email para um círculo restrito de amigos, colegas e conhecidos, com um pequeno texto introdutório de apresentação.   

Quatro meses depois, tenho que admitir que me enganei redondamente e a decepção foi quase total. Uma sondagem de opinião aberta no blogue revelou o espantoso número de 8 (!!!) votantes entre Setembro e Dezembro de 2009, a maior parte dos quais familiares! Quanto aos visitantes do CONT(R)A-CORRENTE, não teriam sido muitos mais...

Claro que não posso obrigar ninguém a fazer o que não gosta (mesmo que nem sequer se dê ao trabalho de tentar conhecer aquilo que acha que não gosta). Mas assiste-me o direito de expressar a minha frustração e, de certo modo, a minha profunda tristeza e desencanto.

Enfim… muito obrigado a todos!