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20 de novembro de 2009

Piadas "secas" # 003 - A descoberta de um mistério

Depois de uma reflexão profunda sobre uma dúvida (mundialmente conhecida) com que os homens se debatem há anos, cheguei a esta brilhante conclusão:


Pergunta:

Porque é que as mulheres vão sempre juntas à casa de banho?

Resposta:

Porque são inteligentes. Enquanto vão controlam-se umas às outras, se os maridos ou os namorados estiverem por perto.



Piadas "secas" # 002 - A destruição de um mito

Depois de uma reflexão profunda sobre uma acusação (mundialmente conhecida) que as mulheres nos fazem a cada passo, cheguei a esta brilhante conclusão:


Pergunta: 

Porque é que os homens, quando vão à casa de banho, nunca fecham a tampa da sanita?

Resposta: 

Porque são inteligentes. Se a fechassem molhavam a tampa toda!


 

Piadas "secas" # 001 - Cultura geral


Pergunta:

Quais são os Países que fazem fronteira com a 

SOMÁLIA?

Resposta:

SUBTRAÍLIA, DIVIDÍLIA E MULTIPLICÁLIA! 


18 de novembro de 2009

Conceitos # 004 - Uma questão de ideias

As pessoas inteligentes podem, por vezes, ter ideias idiotas. Mas os idiotas nunca terão ideias inteligentes.

15 de novembro de 2009

Conto # 001



( Do livro, não publicado,

"CONTOS & DITOS" )



OBSESSÃO

Absorvido pelo seu frenético quotidiano, a princípio G. mal dera por ela.

A força desprendida por aquela imagem ia-se-lhe insinuando, de início apenas pela força da continuidade e do hábito.

Depois, gradualmente, com o passar do tempo, começou a observar-lhe, com curiosidade crescente, o ritmo e a cadência do andar: ora compassado e lento, ora brusco e impulsivo, como se da presença dela logo se fizesse ausência. Por vezes quedava-se também numa quase total imobilidade - pensamento suspenso sabe-se lá em quê - por intermináveis momentos.

Aprendeu a saborear-lhe aquela postura silenciosa, enigmática, porventura austera. Nunca lhe escutara uma só palavra, jamais lhe vislumbrou uma emoção.

Curiosamente, ela andava só. Sempre só.

Destacava do meio envolvente a sua silhueta peculiar, como figura a emergir dum alto-relevo. Jamais pareciam afectá-la os mais inusitados ruídos, os inesperados fluxos luminosos em que a cidade é pródiga, susceptíveis de induzir, pelo menos, a instintivos movimentos condicionados de protecção.

G. foi requintando, apurando, detalhando a observação, captando sinais, detalhes, pormenores, hábitos. Notou que nas suas prolongadas deambulações, por exemplo, ela privilegiava, por vezes, os espaços amplos, claros, luminosos. Circunstância que, de facto, lhe favorecia o destaque do corpo em relação ao espaço circundante, demarcando-a, num curioso efeito contrastante, como num jogo de claro-escuro fotográfica e premeditadamente conduzido.

Sucederam-se os dias, as semanas, os meses.

A singularidade daquela figura passou a monopolizar, primeiro alguns depois muitos mais tarde todos, os seus parcos momentos de lazer, subtraindo-lhe os prazeres da leitura e das conversas, minando-lhe o descanso.

Da curiosidade passou à inquietude, da inquietude à obsessão.

Por intermináveis períodos de tempo, a imagem dela, ora apenas esboçada, ora minuciosamente detalhada, devassava-lhe cérebro e alma. Estirado no leito, após horas de fatigantes jornadas de trabalho, complexos negócios, entrevistas, reuniões, almoços, conferências, deixou-se devorar pelo ócio, depois pela insónia.

Tão obsessiva observação passou a alertar-lhe os sentidos para todas as minúcias.

Os membros, por exemplo. Achava-os, na verdade, desproporcionados em relação ao equilíbrio geral do corpo. Excessivamente longilíneos, demasiado marcados. Mas apesar disso - e malgré tout! - a apreciação resultava globalmente positiva e aliciante, construindo um conjunto anatomicamente sedutor, por uma daquelas razões intuitivas que parecem afastadas de qualquer princípio lógico.

Ocorreu então a G. que era tempo de ir procurando uma aproximação, uma qualquer tentativa de intimidade, algo que se assemelhasse a um esboço de diálogo, nem que de silêncios feito.

De tímidas tentativas iniciais, passou a perseguir novos objectivos, alguns avanços mais ousados, graduais, estudados.

"Que diabo!", pensava! Conheciam-se o suficiente. Estava seguro que ela já o havia notado. Era impossível que não tivesse dado por ele.

Um dia, cautelosamente, muito cautelosamente, G. redobrou de coragem. Chegou-se perto, muito perto mesmo, tão perto que, se quisesse, decerto lhe tocaria. Jamais a física distância entre ambos fora uma grandeza tão desprezível. Ao mínimo avanço, tocar-se-iam.

(Decorrera, entretanto, tanto tempo. Esquecera-se mesmo de como tudo havia começado).

Foi um momento único e transcendente naquela relação singular.

Estranhamente, porém, sentiu com a proximidade uma inexplicável, quase incontornável e instintiva repulsa, visceral e orgânica, que parecia dimanar dos tempos, como se fosse inerente à condição de qualquer homem experimentar tão incómoda sensação de desconforto - dir-se-ia que epidérmica - em circunstâncias idênticas. Não encontrou, no momento, qualquer justificação plausível: o mínimo odor desagradável, uma qualquer inconveniência de comportamento, uma expressão minimamente desagradável, uma palavra proferida. Nada.

Indiferente a este conflito de sentimentos, ela acomodou-se na sua habitual quietude, expectante, porventura algo surpresa, por intermináveis momentos.

No dia seguinte, porém, não apareceu.

Nem um dia após. Nem outro ainda.

G. inquietou-se com a súbita ideia de não mais voltar a vê-la. Preocupava-o, sobretudo, a possibilidade de ela ter considerado inoportuna, inconveniente ou mesmo intempestiva ou prematura aquela sua iniciativa de despoletar uma aproximação. Ou de ela ter intuído - graças aos proverbiais dotes femininos - a inexplicável sensação de desagrado que lhe havia provocado (da qual, aliás, em boa verdade, já mal se lembrava...).

As noites passaram a não ter para ele a mesma relevância, a perder significado, contornos, importância. Os dias, na absorvente probabilidade sempre admitida de um feliz reencontro, começaram a afigurar-se-lhe intermináveis, fastidiosos, quantas vezes mesmo, intoleráveis. No trabalho, perdeu a sua proverbial concentração e eficiência. Tornou-se de uma convivência quezilenta e desagradável.

E começava a habituar-se a um definitivo vazio emocional... quando ela reapareceu!

Ah! Como o tempo tinha a particularidade de dar subtil detalhe e colorido às coisas, relevar os pormenores...

(Curiosamente, jamais ocorrera a G. a mais ténue tendência de aproximação sexual. Comprazia-se numa atenção lúdica, quase clínica, ainda que por vezes algo física num sentido meramente táctil).

Um dia ocorreu-lhe: e os olhos? Sim. Da próxima vez, haveria de tentar ver-lhe de perto os olhos! Meros apêndices funcionais, parte integrante dos nossos sentidos, que tantos sentimentos descontrolados despertam, por inadmissível que parecesse, nunca G. lhos havia observado. Nem mesmo lhe chegara a distinguir a tonalidade. Se, como dizem, são o espelho da alma, que melhor maneira de tentar descobrir algo mais, que rios de sentimentos percorreriam o pensamento daquela criatura na aparência inacessível, indecifrável?

Tentou, então, com redobrada e estudada decisão, observá-los. Mas, num repente, com aquele desnorteante e imprevisto movimento que por vezes a caracterizava, ela evitou-o, habilmente, desaparecendo de modo tão inusitado que G. nem tempo teve de lhe descortinar o destino.

Sucederam-se então as tentativas. Dia após dia. Sempre e sempre infrutíferas. Sem que descobrisse sequer, mau grado os múltiplos esforços, a tom daquele olhar fugidio e esquivo.

Desesperado, G. tentou esquecê-la.

Mas sempre ela reaparecia, usufrutuária do seu destino e da sua vontade. Fizesse sol ou chuva. Calor ou frio. Implacavelmente, quase à mesma hora. E sempre a escapar-se-lhe ao menor indício de uma aproximação mais temerária.

Insinuou-se-lhe então uma dúvida: seria “ela”... feminino ou masculino? Seria essa a razão oculta daquele jogo de tão obstinada ambiguidade. Sempre a supusera “ela”, mas quem lhe garantia de que não se tratava de um grosseiro erro de apreciação, fruto desajustado de uma perspectiva demasiado apaixonada das coisas e dos acontecimentos?

Ou então, porque não um daqueles artifícios hábeis de cache-cache, simples prazer da diversão pela diversão, do gozo pelo gozo, em que o sexo feminino tantas vezes é exímio?

De há muito G. afastara a hipótese de partilhar o seu segredo com alguém - um amigo íntimo, por exemplo. Algo lhe dizia que, por maior que fosse o grau de compreensão, se riria na própria cara. Para além do mais, criara à volta do caso uma tão profunda auréola de intimidade que entendia só a ele competir solucioná-lo.

G. tomou-se de um intolerável desprezo por si próprio. Sentia-se impotente para tornear aquela fase de lastimável fraqueza da sua existência, após tantos anos de sobranceira agilidade no tratamento das sinuosidades e imprevistos da vida.

Então, pouco a pouco, primeiro como um pensamento fugaz, depois como ideia progressivamente amadurecida, clara, premeditada, a decisão cresceu, ganhou forma e impôs -se, definitiva: Matá-la-ia!

Quanto mais se debatia com a ideia, menos descortinava alternativa mais digna, saída mais honrosa.

Foram-se-lhe delineando, refinando, pormenorizando os detalhes.

O lugar dos habituais encontros pareceu-lhe perfeitamente adequado aos propósitos: silencioso - como ela -, misterioso e íntimo - como ela. Propício a que só um e outro, fossem intérpretes e testemunhas daquele derradeiro e único acto terminal.

Eventuais minúcias, não o preocuparam. Estava tão certo da improbabilidade de qualquer gesto inesperado de resistência, tão seguro da sua enorme vantagem física, que nem cuidou demasiado de pormenores. A seu tempo se veria.

Apenas a morte dela, independentemente da forma como iria processar-se, o absorvia.

A noite era tempestuosa. Uma noite em que as almas pareciam todas recolhidas, diabolicamente predestinada para o crime. Os ventos uivavam. Horrendos clarões rasgavam os céus de lés-a-lés, iluminando a paisagem nocturna por instantes, num gigantesco cenário cinematográfico, digno de um filme expressionista de Murnau.

Ela chegou. Vinda, como sempre, não se sabe de onde.

Percorreu, num movimento de compassada e estudada lentidão, grande parte da grande superfície branca, numa espécie de teatralidade estudada, plena de dignidade, como se caminhasse ao encontro de toda a trágica solenidade daquele momento único e irrepetível.

Depois parou, por longos momentos, que pareceram infindáveis, muito perto de G.

Pela primeira vez pareceu fitá-lo, com inusitado interesse, com inesperada e quase insuportável intensidade…

A vida de ambos suspendeu-se, imobilizou-se numa espécie de tempo adiado.

Inesperadamente, então, tão imprevistamente como cada momento que se sucedia daquela noite, ela vacilou, perdeu a habitual segurança e o equilíbrio.

Esboçou um instintivo, derradeiro gesto de recuperação - dir-se-ia que deliberadamente não assumido - mas caiu-lhe na frente, a centímetros, inteiramente indefesa.

G. olhou-a. Pareceu por momentos apiedado daquela inesperada e espantosa fragilidade, daquela involuntária atitude de subjugo e dependência.

Mas foi tão só um lapso de tempo reflexivo, entre dois sentimentos contraditórios. Fraqueza momentânea, dir-se-ia...

Com inusitada precisão comprimiu, num gesto decidido, breve e seco, ambas as partes do livro aberto ainda nas mesmas páginas.

Fechou-o.

E matou a aranha.


Porto 1985-Junho

7 de novembro de 2009

Poema # 006



( Do livro, não publicado,  

  "TONS & SONS" )





DIAS DE CINZA


Falo a sós comigo

       há tanto que me sinto o meu melhor amigo

A sala está no coração do nevoeiro

       e toda a claridade se ocultou de corpo inteiro 


Numa mão

       a evidência de um cigarro apagado

Noutra mão

       uma carta suspensa

Suspensa do tecto

       uma luz moribunda

No espelho

       três décadas de um rosto marcado

Vazado na mesa

       o resto do álcool bebido de um trago 

 

Falo a sós comigo

       há tanto tempo que me sinto o meu melhor amigo 

A sala

       está no coração do nevoeiro

Só há claridade

       no interior de cada dia seguinte 

 

Trago neste silêncio felino

       todo o futuro que posso carregar num pulso

       todo o futuro ainda não reinventado

       adormecido como um recém-nascido

 E também todo o passado

       erguido no outro pulso 

Atravessado a nado para o outro lado que conheço

       apenas como se conhece qualquer desconhecido

 

Trago neste silêncio felino

       um orgasmo de presente escondido 

Que vou desenvolvendo pouco a pouco

       até dar corpo 

       a um corpo novo de menino

                                     

Porto   1985 - Junho 



4 de novembro de 2009

Música # 009

Ketevan "Katie" Melua, cantora e compositora de nacionalidade britânico-georgiana, nasceu em 16 de Setembro de 1984, em Kutaisi (Geórgia).

Com oito anos partiu para a Irlanda do Norte e desde os catorze vive em Inglaterra, onde seu pai trabalha como cirurgião.

Em Novembro de 2003 gravou o seu primeiro álbum, Call Off the Search, que em cinco semanas atingiu um milhão de cópias.

Tornou-se cidadã britânica em 10 de Agosto de 2005.

ALBUNS: Live at The O²Arena, The Katie Melua Collection, Pictures, Piece by Piece, Call Off the Search

SINGLES: The Closest Thing to Crazy, Call Off the Search, Crawling Up A Hill


Na época fantástica mas desmesuradamente alucinante em que vivemos, em que a qualidade parece confundir-se com velocidade (da qual ela também gosta), Katie parece ter abrandado para reflectir e nos fazer reflectir.

Compõe (letra e música), canta e toca as suas próprias composições, embora cante e toque, esporadicamente, uma ou outra versão de outros cantores/compositores que particularmente a sensibilizaram.

Os últimos anos foram extraordinários para Katie. Tem uma tulipa holandesa com o seu nome, percorreu a América de costa a costa, encontrou-se e tocou para Nelson Mandela na África do Sul (onde visitou a sua “Aids Charity”), tornou-se embaixatriz da organização “Save the Children”, aderiu a diversas causas de solidariedade em especial dedicadas às crianças em risco, actuou ao vivo nos mais diversos países, fez uma volta no circuito de Silverstone a 160 mph, pilotou um avião, aprendeu mergulho e paraquedismo com queda livre, deu um concerto numa plataforma petrolífera do mar do Norte a 303 metros de profundidade e venceu diversos prémios de prestígio na Europa como, por exemplo, um “ World Music Award”, um “Golden Camera Award” e dois "German Echo Awards

Esta menina, que começou por querer ser política e historiadora (aos treze anos "queria mudar o Mundo..."), tirou depois uma graduação” BTEC and Music A-level” na "Brit School for Performing Arts" e tem agora, não o esqueçamos…25 anos!

Bonita, cheia de talento e de futuro, dada a causas, duma modéstia e simplicidade quase fora de tempo, desde o início deste blogue que nele merecia lugar de destaque. É o meu modesto contributo!


KATIE MELUA - THE CLOSEST THING TO CRAZY


How can I think I'm standing strong,
Yet feel the air beneath my feet?
How can happiness feel so wrong?
How can misery feel so sweet?
How can you let me watch you sleep,
Then break my dreams the way you do?
How can I have got in so deep?
Why did I fall in love with you?

CHORUS:
This is the closest thing to crazy I have ever been
Feeling twenty-two, acting seventeen,
This is the nearest thing to crazy I have ever known,
I was never crazy on my own…
And now I know that there's a link between the two,
Being close to craziness and being close to you.

How can you make me fall apart
Then break my fall with loving lies?
It's so easy to break a heart;
It's so easy to close your eyes.
How can you treat me like a child
Yet like a child I yearn for you?
How can anyone feel so wild?
How can anyone feel so blue?

CHORUS

...and being close to you
...and being close to you.


KATIE MELUA - If You Were A Sailboat (live AVO Session)


If you were a cowboy, I would trail you
If you were a piece of wood, I’d nail you to the floor
If you were a sailboat, I would sail you to the shore
If you were a river, I would swim you
If you were a house, I would live in you all my days
If you were a preacher, I’d begin to change my ways

Sometimes I believe in fate
but the chances we create
always seem to ring more true
you took a chance on loving me
I took a chance on loving you

If I was in jail I know you’d spring me
If I were a telephone you’d ring me all day long
If I was in pain I know you’d sing me soothing songs

Sometimes I believe in fate
but the chances we create
always seem to ring more true
you took a chance on loving me
I took a chance on loving you

If I was hungry you would feed me
if I was in darkness you would lead me to the light
If I was a book I know you’d read me every night

If you were a cowboy I would trail you
If you were a piece of wood I’d nail you to the floor
If you were a sailboat I would sail you to the shore
If you were a sailboat I would sail you to the shore


KATIE MELUA - 9 million bicycles (live AVO Session)

There are nine million bicycles in Beijing
That's a fact,
It's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die.

We are twelve billion light years from the edge,
That's a guess,
No-one can ever say it's true
But I know that I will always be with you.

I'm warmed by the fire of your love everyday
So don't call me a liar,
Just believe everything that I say

There are six BILLION people in the world
More or less
and it makes me feel quite small
But you're the one I love the most of all

[INTERLUDE]
We're high on the wire
With the world in our sight
And I'll never tire,
Of the love that you give me every night

There are nine million bicycles in Beijing
That's a Fact,
it's a thing we can't deny
Like the fact that I will love you till I die

And there are nine million bicycles in Beijing
And you know that I will love you till I die!

1 de novembro de 2009

Desporto # 005

MERGULHO LIVRE NÃO ASSISTIDO

No "Vertical Blue Invitational Freediving Competition", em Dean's Blue Hole, Long Island, Bahamas, William Trubridge bate o record do mundo de "Mergulho livre não assistido" com um mergulho de 88 mt em 3 minutos e 30 segundos.

Literalmente... de cortar a respiração!


Poema # 005



( Do livro, não publicado,

"ACTO CONTÍNUO" )





S/ TITULO


Os teus óculos são deliciosamente

obscenos!


Através das lentes

transparentes


baila a nudez provocadora do teu 

olhar castanho


do teu olhar de brilho estranho...


Violo a tua intimidade 

penetro a tua interioridade


Através da transparência obscena

das lentes

dos teus óculos transparentes! 


Porto 1992 - Novembro